No meio das coisas miúdas
2022
Trabalho desenvolvido em residência artística Estação Canelas, Portugal | Work developed during the artistic residency Estação Canelas, Portugal
Captura de imagem e edição | Image capture and editing Mario Afonso e Eunice Arthur
Apoio | Technical support
Câmara Municipal de Estarreja
Casa Museu Egas Moniz
Estação Viva Portugal 2022
2022 Still vídeo performance
2022 Still vídeo performance
2022 Still vídeo performance
2022 Instalação | Art Instalattion
2022 Instalação | Art Instalattion
2022 Instalação | Art Instalattion
Viver exige um esforço muito maior do que simplesmente o ar que respiramos, exige viver desafios em terras desconhecidas, caminhar por outros terrenos, vivenciar novos costumes. Desafiar novos silêncios, murmurar frases quase inaudíveis e apreciar a camada fina de poeira que pousa sobre o tempo. No limiar da luz e da neblina, sem ruído vibram os espaços e surgem as coisas miúdas. Permita-se o simples, o pouco, o vazio, o cheiro das árvores, o frescor da brisa, a umidade da chuva miúda. Vou como vim, só levando o meu nada. Vou só com meu silencio.
O branco límpido que nos remete ao cristalino, claro e puro com a presença do Homem e o mal-uso dos recursos naturais, aos poucos vai deixando suas nódoas. Com secas cada vez mais extremas, o planeta nos lembra continuamente que sem água não há vida.
Neste trabalho desenvolvido em residência artística na região de Estarreja, norte de Portugal, trago à tona mais uma vez a questão da água e a forma como nós nos relacionamos com ela, no mal-uso não só da água, mas também com relação ao meio ambiente. Esta região tem água em abundância, riachos, rios e rias, além do mar, mas tem também muitas industrias, e o questionamento é sobre a qualidade da água, e quanto estas industrias contribuem na poluição ambiental. O branco neste trabalho nos remete ao puro, límpido, natural, mas a presença do Homem e suas ações suja este branco, tornando águas improprias para o consumo, ar inapropriado alterando a fauna, a flora e vida do próprio Homem.
A partir do momento que o ser humano passa fazer mal-uso da água ela aos poucos vai tingindo o branco. Se tornando impropria para nós e aos poucos contaminando o todo.
Living requires a much greater effort than simply the air we breath, it demands living challenges in unknown lands, walking through other terrains, experiencing new traditions. Challenging new silences, muttering barely audible phrases and enjoying the thin layer of dust that settles over time. On the threshold of light and fog, the spaces vibrate silently and the tinny things appear. Allow yourself the simple, the little, the emptiness, the smell of the trees, the freshness of the breeze, the humidity of the tinny rain. I go as I came, taking only my nothingness. I leave solely with my silence.
The limpid white that reminds us of the crystalline, clear and pure, gradually leaves its stains with the presence of humans and the misuse of natural resources. With increasingly extreme droughts, the planet continually reminds us that there is no life without water.
In this work developed during an artistic residency in the region of Estarreja, northern Portugal, I once again bring up the issue on water as a resource and the way we relate to it, and not only the misuse of water but of the entire environment. This region has plenty of water, streams, rivers and estuaries, in addition to the sea, but it also has many industries, and the questioning is about water quality, and how much these industries contribute to environmental pollution. The white in this work reminds us of the pure, limpid, natural, but the presence of humans and their actions stains this white, turning the water unsuitable for consumption, and the air inappropriate, both contributing to altering the fauna, flora and human life.
From the moment humans start to misuse the water, we gradually dye the white. Turning the water inappropriate for us and little by little contaminating the whole.