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Da Nascente à Foz


Angella Conte, natural de Jaboticabal, apresenta uma exposição em que todas as obras se articulam, como num grande sistema, formando um discurso dirigido à preservação das reservas de água do planeta. Tendo como ponto de partida o espaço expositivo, no caso, o Museu Florestal "Octávio Vecchi" e seu entorno, a artista cria uma série de trabalhos que refletem sobre a arte, a natureza e as ações humanas. E é exatamente por essa relação íntima que os trabalhos mantém com o local em que se estabelecem que sua obra mostra-se extremamente contemporânea, já que o espaço tem sido, desde os primórdios da arte moderna, um elemento a ser levado em consideração na hora de pensar qualquer projeto expositivo.
Mas, além do caráter de manifesto e de denúncia social, que permeia toda a exposição, os trabalhos propõem uma expansão no modo com que normalmente se concebe a relação do homem com a natureza. A ativação da memória de uma paisagem que já não existe mais (ou poderá deixar de existir em breve), a experiência com a natureza transformada numa experiência com imagens, a alegria que sentimos ao observar o curso de um rio transposto para um museu (lugar de contemplação estética por excelência), são algumas das sensações que as obras despertam. A artista mostra fotos, vídeos, obras tridimensionais, enfim, os mais diversos suportes para ampliar a reflexão do público sobre esse tema tão corrente quanto relevante hoje em dia.


Andrés I. M. Hernández
Curador e critico de arte
São Paulo fevereiro 2009

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